e Comentem!
13
Uma dor terrível queima as costas de Daniels. Ele se vira tentando cortar seu agressor mais por impulso do que qualquer outra coisa. Mal sabe ele que isso salvou (ou alongou um pouco mais) sua vida, pois um segundo golpe estava por vir.
Adel bate palmas, mas seu rosto e expressão continuam imutáveis.
- Bom, bom. Conseguiu evitar que eu esfaqueasse seu coração por instinto, e por sorte também me fez errar o coração. Antes eu acharia que era um dom excepcional mas agora... – Adel aponta para o rosto de Daniels e então começa a abaixar o braço em outra direção, finalmente apontando para a marca, que ainda brilha. – Agora eu sei que é graças ao poder do demônio. Responda-me, cadáver, como é ter o poder do demônio em suas veias?
Daniels sente-se tonto e instável, mas sente também que gradativamente esta se curando. De repente uma corrente de adrenalina corre seu corpo e, como num estalo, todas suas forças voltam. Ele não percebeu, mas sua marca brilha mais intensamente agora. Daniels volta a sorrir e responde: É maravilhoso!
Daniels pula em direção a Adel com uma voadora. Adel gira seu tronco e esquiva da voadora, enquanto Daniels passa a sua esquerda. Ainda girando Adel desfere um corte que Daniels consegue defender com sua lamina.
Daniels tenta um soco com a mão [e lamina] esquerda, mas Adel a tira com sua adaga da direita para esquerda, de modo o braço esquerdo de Daniels fica-se totalmente aberto. Daniels tanta outro soco com a direita mas um movimento de defesa parecido com o anterior de Adel para o lado oposto abre completamente a guarda de Daniels. Adel não conseguiria cortar Daniels, pois sua faca também estava longe pelo impacto, então com sua mão esquerda, livre de armas, agarrou o pescoço de Daniels num rápido movimento.
-Arkk- um estranho grunhido de estrangulamento deixou automaticamente a garganta de Daniels. Ele precisava fazer algo rápido, ou teria seu pescoço quebrado.
- Tu és deveras ávido! Sempre impaciente para dar o golpe que esquece das variáveis! – Diz Adel, como um mestre a um discípulo. Daniels não entendeu porque ainda Adel tentara lhe ensinar, mas agradeceu-o por isso, pois lhe deu o tempo necessário para enfiar ambas as laminas pelas têmporas de seu “mestre”.
Daniels deu um impulso para frente e fechou com toda força e velocidade que tinha seus braços, no meio do caminho conseguiu bater na adaga de Adel que voou para longe. Agora sim, sabia que ia decapitar Adel. Parando para pensar, Daniels podia dizer que os outros foram comprados e teve que mata-los, ninguém teria provas, e ele poderia atacar por dentro, só precisava fechar as laminas só mais um pouquinho, só mais um pouq- -
- Não disse? Sempre ávido... – Diz Adel, abaixando-se ao mesmo tempo que as laminas passam por cima de sua cabeça. Adel da um largo passo para trás -... E sempre esquecendo as variáveis... – Adel se vira e joga Daniels com uma força impressionante em direção ao fim do telhado. Naquela velocidade Daniels não tinha duvida que iria cair, mas ele estudara Adel e sabia que ele não era possuidor de grande força, a não ser que... Merda! Ele usou o impulso do meu golpe para ganhar força! – Esbraveja Daniels consigo mesmo,- Mas tudo bem, acho que ele esqueceu quem eu sou!
Antes de sair da mão de seu “lançador”, Daniels agarra a pulso do homem e o puxa também. Ambos não têm força suficiente para caírem direto do prédio, mas eles vão ao chão e rolam veloz e espalhafatosamente pelo teto até caírem da borda.
Num movimento ágil e semelhante de ambos, eles endireitam sou corpo no ar e seguram na borda. A única diferença é que Adel sobe.
Adel, ainda com sua expressão típica, fecha os olhos repetindo consigo mesmo – Ainda, se esquecendo das variáveis...
Daniels solta um grito de dor e sua mão cede. Tinha segurado com sua enferma mão esquerda sem perceber. Daniels cai de uma altura de dois andares direto de costas para o chão.
14
Adel olha para baixo para ter sua ultima surpresa da noite. Daniels não estava lá.
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